TRANSTORNOS ALIMENTARES NA ADOLESCÊNCIA: INTERVENÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL

Code: 200500224
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Título

TRANSTORNOS ALIMENTARES NA ADOLESCÊNCIA: INTERVENÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL

Autores(as):
  • Maria Lúcia Ribeiro Costa

    COSTA, M. L. R.

  • Bruna Do Socorro Da Fonseca Dourado

    GARCIA, B. S. D.

  • Lorena Wanzeler Fortuna

    FORTUNA, L. W.

  • Lucidalva Costa De Freitas

    FREITAS, L. C.

  • Luiz Felippe Ferreira Mesquita

    MESQUITA, L. F. F.

  • Maria Carolina Ferreira Neves

    NEVES, M. C. F.

  • Renata Cunha Silva

    SILVA, R. C.

  • Victória Martins Lima Andrade

    ANDRADE, V. M. L.

DOI
10.37885/200500224
Publicado em

15/06/2020

Páginas

293-300

Capítulo

33

Resumo

Os transtornos alimentares (TA) caracterizam-se por intensas alterações no comportamento alimentar, tendo o seu prognóstico baseado em análises de características psicológicas, comportamentais e fisiológicas. Os quadros mais conhecidos são a anorexia nervosa (AN), bulimia nervosa (BN) e obesidade. Os comportamentos alimentares são definidos como respostas comportamentais ou sequenciais associadas ao ato, maneira ou modo de alimentar-se e/ou padrões rítmicos da alimentação. Esse tipo de comportamento é constituído por influências relacionadas às condições sociais, demográficas e culturais no padrão alimentar, sendo como fatores mais relevantes os costumes familiares e as informações veiculadas pelos meios de comunicação em massa. Os indivíduos no período da adolescência estão mais preocupados como peso e a aparência corporal, portanto, este público é mais vulnerável, pois está sujeito a tendências sociais e culturais que preconizam a “imagem” de um corpo magro, a qual pode levar a uma alimentação inadequada ou até mesmo a transtornos alimentares e problemas psicológicos. Quando os TA ocorrem durante a adolescência, interferem negativamente nas relações sociais e familiares, podendo ocorrer a idealização suicida. Em função da gravidade dos TA e comorbidades quase sempre associadas, o tratamento é dispendioso para o paciente e família, exigindo adaptações a múltiplas formas de intervenção como atendimento ambulatorial, semi-internação ou até internação integral, todas sob a atenção de uma equipe multiprofissional. A Terapia Ocupacional (TO), em consonância com seu campo de conhecimento e de assistência faz-se necessária na assistência de pessoas com TA, pois proporciona um espaço de vivência e discussão para os conflitos relacionados à imagem corporal distorcida, ajuda no resgate das capacidades e habilidades perdidas ou não desenvolvidas ao longo da vida, o resgate de papeis ocupacionais, motiva uma postura participativa, criativa e mais independente, tendo como foco principal o desenvolvimento da participação social e da reorganização das atividades cotidianas. As principais demandas a serem trabalhadas nos pacientes com TA são: a distorção da imagem corporal, a ansiedade, o medo engordar e a baixa auto-estima. A percepção distorcida do corpo pede que o terapeuta ocupacional intervenha diretamente neste aspecto, o cuidado deste profissional não objetiva no tratamento o ganho ou a perda de peso, mas a ressignificação da imagem corporal do sujeito, através de técnicas expressivas como a arteterapia. Deste modo, a terapia ocupacional intervém com as pessoas com transtornos alimentares com a finalidade de construir uma nova relação com seu fazer, por meio de planejar e reorganizar junto com os usuários e seus familiares suas ações cotidianas. O trabalho tem o objetivo de compreender através da revisão bibliográfica os transtornos alimentares e a intervenção do Terapeuta Ocupacional, sendo uma revisão sistemática de literatura, utilizando-se artigos do Periódicos CAPES, Google Acadêmico, Scielo, entre outros. Este trabalho está vinculado à disciplina Desenvolvimento Humano da Universidade do Estado do Pará (UEPA). Através dos estudos bibliográficos, observou-se que os transtornos alimentares são mais frequentes entre mulheres adolescentes ou adultas jovens, afetando 3,2% das mulheres com idade entre 18 e 30 anos, e com uma relação homem:mulher variando de 1:6 a 1:101,4. Com isso, a maioria dos artigos estudados abordou o TA atingindo o público feminino, no entanto, percebeu-se a incidência também no sexo masculino. Os comportamentos emocionais das pessoas acometidas por TA se diferem dependendo da disfunção no comportamento alimentar, a exemplo da AN que se caracteriza pelo retraimento social, ausência de busca de sensações novas e evitação de contato interpessoal, a BN configura-se pela impulsividade, busca exacerbada de estímulos e experiências novas, além de traços de personalidade boderline e as pessoas obesas por vezes, são descritas do ponto de vista emocional como imaturas e muito sensíveis à frustração e recorrem a comida como forma de compensação do afeto que carecem. Outro ponto encontrado foram certos padrões de beleza como prediletores de sucesso profissional e social. Além de, a frequência na efetuação de dietas poder mediar a condição de fome-saciedade e a psicopatologia dos TA, bem como o ambiente social e familiar de convívio. A avaliação dos estudos explicitou que os pontos-chave desencadeadores dos TA evidenciam-se na distorção da imagem corporal e na disfunção dos mecanismos de saciedade. Podemos inferir que a prevenção de casos de TA ainda apresenta déficits na literatura, sendo este âmbito de extrema importância para a Terapia Ocupacional, pois esta engaja-se na prevenção e promoção de saúde dos indivíduos. Os achados bibliográficos mostraram que a distorção da percepção corporal encontra-se como um dos focos de possíveis aplicações de estratégias de intervenção da equipe multiprofissional focadas na redução desta distorção e na correção de alterações dos hábitos alimentares. Pois, apesar da existência de critérios diagnósticos para os transtornos da alimentação, grande parte dos pacientes não se enquadram nos mesmos, dificultando o início do tratamento multiprofissional em adolescentes.

Palavras-chave

terapia, ocupacional, transtornos, alimentares, adolescência

Autor(a) Correspondente
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