TRANSTORNO DISFÓRICO PRÉ-MENSTRUAL NO BRASIL: ETIOLOGIA, PREVALÊNCIA E DIAGNÓSTICO

INTRODUÇÃO: O Transtorno Disfórico Pré-Menstrual (TDPM) configura-se como uma apresentação exacerbada da Síndrome Pré-Menstrual (SPM), que afeta cerca de 2 a 8% da população feminina em idade fértil, com predomínio em adolescentes, mulheres de baixo IMC e com ciclos menstruais irregulares. OBJETIVO: Este trabalho tem por objetivo elucidar o provável mecanismo fisiopatológico, a prevalência e os métodos diagnósticos referentes ao TDPM. MÉTODOS: Foi realizada uma revisão de literatura por meio da busca nas bases de dados PubMed/MEDLINE, LILACS, UpToDate e Cochrane Library, mediante a utilização dos descritores “Premenstrual Dysphoric Disorder”, “Diagnosis” and "Prevalence". RESULTADOS: Após aplicados os critérios de inclusão e exclusão de trabalhos, foram selecionados 23 artigos para o desenvolvimento desta revisão. DISCUSSÃO: A partir da análise dos trabalhos selecionados, as principais etiologias encontradas para o TDPM fazem referência: à sensibilidade anormal que algumas mulheres apresentam frente a níveis fisiológicos de hormônios sexuais; à suscetibilidade genética, evidenciada por polimorfismos do gene ESR1; à redução da concentração plasmática de serotonina e de triptofano; a fatores que influenciam os níveis de GABA no plasma; à resposta inflamatória exagerada; e, por fim, a fatores externos, como a dieta. Além disso, os estudos epidemiológicos brasileiros evidenciaram prevalência elevada dessa doença entre as mulheres brasileiras, ainda que as variações culturais tenham impacto reduzido na gravidade dos sintomas do TDPM. No que diz respeito ao diagnóstico dessa patologia, constatou-se que os critérios estabelecidos no DSM-5 são os mais utilizados para a sua caracterização, ainda que outras ferramentas diagnósticas tenham sido identificadas. CONCLUSÃO: Foram reconhecidas 6 hipóteses etiopatogênicas não excludentes para o TDPM, o que corrobora o caráter multifatorial dessa patologia. Ademais, observou-se que o TDPM apresenta maior prevalência na população brasileira, quando comparada à mundial, e que o diagnóstico dessa doença é feito com base nos critérios do DSM-5. Por fim, haja vista os impactos negativos do TDPM na qualidade de vida das mulheres, torna-se evidente a importância da veiculação de informações acerca desse tema.