REPRESENTAÇÃO DO OUTRO: ANÁLISE DO DISCURSO DOMINANTE, ESTEREÓTIPOS E COMUNIDADES TRADICIONAIS

As narrativas históricas, nos discursos do colonizador, representaram a Amazônia como espaço misterioso e sombrio, e os povos originários, a partir de um perfil primitivo e indolente. Representação que no seu bojo se estendeu a outros grupos, historicamente marginalizados, desprovidos de um modo de vida urbano ou moderno, na visão do outro. Neste sentido, propomos resgatar a construção da Amazônia a partir do discurso dominante. No objetivo principal, discutimos o sistema de representação, tomando por base um estudo de caso na comunidade Lagoa dos Índios, localizada a Oeste do município de Macapá, capital do Amapá. Na metodologia utilizamos a pesquisa bibliográfica como técnica. Em campo realizamos uma conversa informal com moradores, e a partir de dados socioeconômicos e entrevistas realizadas no ano de 2015, analisamos os estigmas sofridos e a realidade do grupo estudado. Nos resultados, verificamos que a população da Lagoa não é homogênea composta apenas por negros fugidos da escravidão, e suas práticas não são o avesso do modo de vida urbano, é uma comunidade composta em sua maioria por negros e pardos, formalmente alfabetizada.