RELAÇÕES HEMATIMÉTRICAS COMO PREDITORES DE COMPLICAÇÕES GESTACIONAIS: UM PARADIGMA NA TRIAGEM DE RISCO MATERNO-FETAL

A gravidez, um processo fisiológico complexo, pode ser afetada por complicações como parto prematuro, pré-eclâmpsia e aborto, contribuindo para a morbimortalidade materno-fetal. Este estudo revisa a importância das relações hematimétricas – neutrófilo-linfócito (RNL), monócito-linfócito (RML) e plaqueta-linfócito (RPL) – como biomarcadores inflamatórios acessíveis na predição dessas condições. No parto prematuro, a RNL, RML e RPL refletem inflamação sistêmica associada a infecções e ruptura prematura de membranas, com potencial preditivo para triagem de risco. Na pré-eclâmpsia, elevações de RNL, RML e RPL correlacionam-se com disfunção endotelial e gravidade da doença, sugerindo utilidade prognóstica. No aborto espontâneo, essas razões indicam desregulação imunológica e inflamação, especialmente em perdas recorrentes. Apesar de derivados de hemogramas simples, esses índices carecem de pontos de corte padronizados e podem ser influenciados por comorbidades, limitando sua especificidade. A integração com outros parâmetros clínicos e moleculares é promissora para aumentar a precisão diagnóstica. Assim, RNL, RML e RPL emergem como ferramentas viáveis para estratificação de risco em contextos de recursos limitados, demandando validação em estudos longitudinais amplos.