PRONTUÁRIOS ELETRÔNICOS: UMA MINA DE OURO OU UM CAMPO MINADO PARA A PESQUISA EM ENFERMAGEM

A pesquisa em enfermagem utiliza-se de diferentes metodologias, técnicas de coleta e de análise para e investigação de seus objetos de interesse. A análise documental, tanto como técnica de coleta e análise de dados quanto como método de pesquisa contribui para a investigação de evidências empíricas e também para consolidar a enfermagem enquanto profissão, disciplina e ciência. Nesse sentido, objetiva-se relatar e refletir acerca da viabilidade e dos desafios da utilização de dados de prontuários eletrônicos como fonte primária para pesquisas em enfermagem. Trata-se de um relato de experiência reflexivo acerca da coleta de dados, do tipo retrospectiva documental, realizada em prontuários eletrônicos no âmbito hospitalar. A partir da coleta de dados relacionada ao estudo matricial “Diagnósticos de Enfermagem mais frequentes em pessoas atendidas no serviço pré-hospitalar móvel e na emergência de um hospital de médio porte de um município do noroeste do Rio Grande do Sul”, verificou-se que os dados coletados de prontuários eletrônicos podem ser utilizados para realizar pesquisas científicas, identificar novas áreas de estudo e desenvolver novas intervenções. Além disso, essa coleta tem potencial para melhorar a qualidade assistencial e as informações coletadas de prontuários podem ser utilizadas para auxiliar na tomada de decisões clínicas, como a escolha do tratamento mais adequado para cada paciente. Dentre os principais desafios inerentes a essa técnica de coleta de dados destaca-se a variabilidade na qualidade dos dados, a falta de padronização e o volume de dados a ser coletado e analisado. Apesar dos desafios encontrados, destaca-se a fortaleza e a potencialidade das pesquisas documentais em prontuários eletrônicos, não apenas para impulsionar a pesquisa, mas inclusive para oportunizar a melhora da qualidade assistencial e otimizar a gestão dos serviços de saúde.