PRODUÇÃO DE BIOPIGMENTOS UTILIZANDO-SE HIDROLISADOS DE BAGAÇO DE CANA-DE-AÇÚCAR – UM ESTUDO COM A LEVEDURA PICHIA KUDRIAVZEVII

Objetivo: Avaliar a produção de biopigmentos pela levedura Pichia kudriavzevii cultivada em diferentes fontes de carbono: glicose, xilose e hidrolisados de bagaço de cana-de-açúcar. Método: O bagaço de cana-de-açúcar foi submetido a um pré-tratamento ácido para obtenção de um hidrolisado hemicelulósico e a um pré-tratamento alcalino sucedido de hidrólise enzimática para elaboração do hidrolisado celulósico. A levedura foi, inicialmente, cultivada em meios contendo glicose ou xilose em três diferentes concentrações e, posteriormente, nos hidrolisados de bagaço de cana-de-açúcar. Avaliou-se o crescimento celular, o consumo de açúcares e, qualitativamente, a produção de biopigmentos. Resultados: Comparando-se o crescimento celular e o consumo de açúcares em glicose e xilose, observou-se que a glicose foi mais favorável ao metabolismo de P. kudriavzevii. Os cultivos em xilose mostraram-se menos eficientes para a produção de biopigmentos, verificando-se a alteração de cor do cultivo apenas em 60 g/L da pentose. Ambos os hidrolisados propiciaram o crescimento celular e tiveram seus açúcares expressivamente consumidos, porém a biomassa cultivada em hidrolisado hemicelulósico tornou-se escura, impedindo a visualização dos pigmentos. Os resultados em hidrolisado celulósico foram semelhantes aos obtidos em glicose, inclusive em relação à produção de biopigmentos. Conclusão: Observou-se que a produção de biomassa e de biopigmentos por P. kudriavzevii foi favorecida pelo fornecimento de glicose, bem como constatou-se a maior exequibilidade desse processo com hidrolisado celulósico do que com hidrolisado hemicelulósico de bagaço de cana-de-açúcar. Enquanto fonte de carbono renovável, o hidrolisado celulósico foi considerado o substrato mais vantajoso para o processo.