PRIMEIROS CASOS DE INFECÇÃO PELO VÍRUS DA FEBRE DO NILO OCIDENTAL EM EQUINOS NO ESTADO DE SÃO PAULO: FIRST CASES OF WEST NILE FEVER VIRUS INFECTION IN HORSES IN SÃO PAULO STATE

O vírus da Febre do Nilo Ocidental (WNF) foi relatado no Brasil em soro de equinos e aves em 2008 na região centro-oeste, em 2013 na Paraíba, em 2014 no Piauí e em 2018 no Espírito Santo. É um membro da família Flaviviridae do gênero Flavivirus, neurotrópico, que infecta várias espécies de mamíferos, sendo humanos e equinos os mais suscetíveis. Aproximadamente 35% dos cavalos desenvolvem sinais clínicos, sendo considerados as melhores sentinelas para essa doença. Em 2019, dois equinos com sintomatologia neurológica foram atendidos no hospital veterinário da Universidade Cruzeiro do Sul (São Paulo, S.P.). O primeiro apresentou sintomas como fraqueza e convulsões esporádicas e se recuperou, sendo internado quinze dias depois com insuficiência renal e laminite. O segundo apresentou incoordenação, fraqueza de membros pélvicos, andar em círculos, evoluiu para convulsões e os dois animais foram eutanasiados. Amostras de sangue ambos os cavalos foram enviadas para exames de raiva, herpes vírus e WNF, com resultados negativos para os 2 primeiros. RNAs foram extraídos das hemácias mediante uso da técnica da reação em cadeia da polimerase (PCR) in house. Os produtos da amplificação por RT-PCR específicos para a WNF foram obtidos usando uma combinação de nested PCR e PCR multiplex. Relatamos aqui os primeiros casos confirmados de WNF na cidade de São Paulo e alertamos para a inclusão dessa doença no diagnóstico diferencial em cavalos com afecções do sistema nervoso.