POTENCIAL FITOQUÍMICO E FITOTÓXICO DO EXTRATO AQUOSO OBTIDO DAS SEMENTES DE URUCUM (BIXA ORELLANA L.)

Objetivo: Realizar uma triagem fitoquímica preliminar e avaliar os efeitos fitotóxicos promovidos pelo extrato aquoso obtido das sementes de Urucum (Bixa orellana L.). Métodos: O extrato aquoso foi obtido por infusão das sementes de Urucum. Foram avaliadas quatro concentrações (10, 20, 30 e 40 mg/mL-1). A análise fitoquímica foi realizada por técnicas de precipitação e mudança de coloração. As sementes de alface (Lactuca sativa) serviram como material para acessar a fitotoxicidade e foram expostas as diferentes infusões por 72 horas. Os parâmetros avaliados foram: Porcentagem de Germinação (PG%), Índice de Velocidade de Germinação (IVG), Peso Fresco, Comprimento radicular e da parte aérea das plântulas. Resultados: A análise fitoquímica preliminar demonstrou a presença de alcaloides, esteroides, fenóis, flavonoides, flavonas, flavonóis, quinonas, saponinas e xantonas no extrato aquoso obtido das sementes. Em relação a análise fitotóxica, os extratos avaliados não afetaram a Porcentagem de Germinação das sementes de alface. Entretanto, a concentração de 30 e 40 mg/mL-1 promoveu retardo na germinação das sementes, afetando significativamente o IVG. Todas as concentrações avaliadas demonstraram potencial fitotóxico, pois promoveram uma redução no comprimento da raiz e da parte aérea das plântulas, como consequência o peso fresco também foi reduzido. Conclusão: Fica caracterizado que o extrato aquoso obtido das sementes do Urucum apresenta classes variadas de metabólitos especiais, com atividades antioxidantes, anti-inflamatória e anticancerígena. No entanto, todas as concentrações avaliadas demonstraram potencial fitotóxico. Desse modo, é necessário cautela ao fazer uso dessa planta medicinal, pois essa capacidade fitotóxica poderia estar relacionada a distúrbios promovidos no ciclo celular de Lactuca sativa.