PESQUISA QUASE-EXPERIMENTAL EM ENFERMAGEM: DESAFIOS E PERSPECTIVAS

O delineamento quase-experimental, chamado de ensaio clínico sem randomização, envolve uma intervenção. No entanto, esse delineamento não inclui a randomização; em alguns experimentos, não há nem o grupo-controle. Suas principais características são a implementação do teste e de uma intervenção sem randomização. Nesse sentido, objetiva-se refletir e dissertar sobre os processos e desafios envolvidos na realização de pesquisas quase-experimentais na área da enfermagem. Trata-se de um relato de experiência reflexivo acerca da utilização do delineamento quase-experimental em pesquisa com profissionais de enfermagem do âmbito hospitalar sobre a temática do Processo de Enfermagem. O estudo, quase-experimental do tipo antes e depois, foi realizado com profissionais de enfermagem (técnicos de enfermagem, auxiliares de enfermagem e enfermeiros) de um hospital de médio porte, localizado no noroeste do estado do Rio Grande do Sul. Para condução do estudo foi elaborado projeto de pesquisa com definição da população e amostra, da intervenção a ser executada, de instrumentos de avaliação antes e após a intervenção para medir o conhecimento dos participantes e de análise dos dados, devidamente aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa. Esse delineamento de pesquisa possibilita flexibilidade, viabilidade e diversidade de intervenções. Em contrapartida, apresenta desafios e limitações, a saber: a falta de randomização, viés de seleção dos participantes e a presença de outras variáveis que podem influenciar o conhecimento dos participantes. Apesar dos desafios inerentes, a pesquisa quase-experimental oportuniza a construção de conhecimentos e assim favorece o fortalecimento da Enfermagem como ciência, disciplina e profissão.