PARTICIPAÇÃO DA VIA DE SINALIZAÇÃO WNT NA DEMÊNCIA E SUA RELAÇÃO COM O DIABETES TIPO 3

O envelhecimento é o principal fator de risco para a demência, que afeta cerca de 50 milhões de pessoas em todo o mundo, com 10 milhões de novos casos por ano, com destaque para a Doença de Alzheimer (DA), forma mais comum de demência (60-70% dos casos). A demência afeta a sociedade, a família e aos acometidos devido os sintomas que perpassam danos físicos, psicológicos, sociais e econômicos que podem atingir 2 trilhões de dólares, tornando-se uma prioridade de saúde pública. Além disso, as terapias existentes têm sido em grande parte ineficazes e a compreensão dos mecanismos fisiopatológicos da doença ainda é limitada. Assim, a elucidação dos mecanismos do envelhecimento e da demência é indispensável para sua mitigação. Evidências estabelecem uma conexão entre demência e diabetes, destacando o impacto da homeostase da glicose na formação de proteínas anômalas, mediada pela via de sinalização WNT. Nesse contexto, o presente capítulo aborda a relação entre a homeostase da glicose e a participação da via de sinalização WNT na etiologia da demência. A teoria do Diabetes Mellitus tipo 3 (DM3) destaca a hiperinsulinemia cerebral como desencadeadora de alterações em vias de sinalização, principalmente na via WNT, resultando no rápido acúmulo de proteínas anormais no cérebro. Estudos em modelos animais e in vitro indicam que a regulação da via WNT e DM estão relacionados ao desenvolvimento de demência. Além da hipótese conhecida da cascata amilóide na DA, outras teorias incluem a hipótese da via WNT/GSK3β e DM3. Os achados sugerem que esses mecanismos atuem sinergicamente, com a disfunção da via WNT desempenhando um papel-chave.