OS RITUAIS RELIGIOSOS PANKARARU E A INFLUÊNCIA AFRO-BRASILEIRA

ResumoEste artigo pretende analisar a tradição dos rituais do povo Pankararu e a influência cultural e religiosa africana, dentro de uma perspectiva etnográfica. A etnia Pankararu guarda uma cultura própria cercada de mitos e magia: declaram-se católicos, porém, não abandonaram as práticas religiosas dos seus ancestrais, como por exemplo, o Menino do Rancho, a Corrida do Imbu, a Penitência, a Mesa de Cura, os toantes e o Toré. Com o passar dos anos, a cultura ancestral foi abrindo-se a outros valores e práticas religiosas de matriz africana, valores esses, que causam intolerância religiosa por parte da sociedade urbana locais, que os rotulam como “macumbeiros e feiticeiros”. A fé Pankararu está centralizada na força encantada que é representada pelo Praiá. O Praiá não revela sua face e quem o representa veste-se de croá ou caruá: a roupa confeccionada manualmente não permite a verdadeira identidade de quem o representa. Há uma semelhança das vestes encontradas nos rituais da umbanda e do candomblé: o Orixá Omolu ou Obaluaé nos rituais não revela a sua face, cobrindo-a com uma veste tecida de palha ou um tecido. Os rituais realizados frequentemente pelos Pankararu estabelecem relações diretas com os encantados e os humanos.