O PROCESSO DE EXPANSÃO E URBANIZAÇÃO DA LEISHMANIOSE VISCERAL

A leishmaniose é uma doença zoonótica, transmitida pela picada de mosquitos do gênero Lutzomyia e infectados pelo protozoário do gênero Leishmania, ocorrendo em regiões urbanas e rurais que favoreça a ocorrência da mesma. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde) ‘’a Leishmaniose é uma das doenças tropicais menos estudadas do mundo’’, transfigurando uma carga econômica maciça e prioritária”. Sendo assim, considera-se um fator importante para a saúde pública, devido à sua incidência e alta morbidade, onde a mesma merece atenção significativa e medidas cabíveis de autoridades em saúde pública e privada. A leishmaniose vem sendo apontada como doença reemergente, ou seja, amplificando-se a incidência de casos nos últimos anos de forma representativa, resultante do surgimento ou mudança no comportamento epidemiológico e o curso das cidades em grande processo de urbanização1. A leishmaniose visceral (LV), é uma patologia de caráter crônico e grave, podendo ser fatal para o homem e animais que se enquadram dentro do ciclo biológico do vetor. Países como o Brasil, enfrenta nos dias que correm a propagação e urbanização da LV com casos humanos e aumento significativo de cães identificados positivos em várias cidades de grande e médio porte. Com a amplificação da área de abrangência e o alarmante e crescido número de casos da LV, a mesma passou a ser considerada pela OMS uma das prioridades dentre as doenças tropicais. É importante sobrelevar que, o ciclo de transmissão do parasita antes ocorria no ambiente silvestre e rural, hoje se desenvolve em cidades com grande processo de urbanização. Na contemporaneidade, a LV é endêmica em 62 países, com um total aproximado de 200 milhões de pessoas com possibilidades de adquirirem a infecção. Cerca de 90% dos casos ocorrem em cinco países Índia, Bangladesh, Nepal, Sudão e Brasil2. Destacamos a cidade de Belo Horizonte - MG para retratar o processo de urbanização da LV nas cidades brasileiras. Desde 1993, a cidade citada anteriormente convive com a LV, propagada a partir de uma cidade próxima. Diversos fatores contribuíram para a expansão da LV no meio urbano como a proximidade entre as habitações, a alta densidade populacional e a grande suscetibilidade da população à infecção3. Diante disso, podemos correlacionar o processo de expansão geográfica e urbanização da LV com elementos da cadeia de transmissão urbana, colocando em discussão a complexidade e mudança comportamental ecopidemiologica da doença.