O PROBLEMA DO INCONSCIENTE NA PSICOLOGIA SOVIÉTICA: UMA ANÁLISE A PARTIR DO MARXISMO

Code: 200400201
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Título

O PROBLEMA DO INCONSCIENTE NA PSICOLOGIA SOVIÉTICA: UMA ANÁLISE A PARTIR DO MARXISMO

Autores(as):
  • Alexandre Pito Giannoni

    Giannoni

  • Inara Barbosa Leão

    Leão

DOI
10.37885/200400201
Publicado em

15/06/2020

Páginas

187-196

Capítulo

22

Resumo

O inconsciente na psicologia encontra-se explicado – aparentemente – na psicologia freudiana e, também em outras doutrinas que seguem a teoria psicanalítica. Contudo, não apenas Freud e os psicanalistas estudaram e explicaram o inconsciente como manifestação do psiquismo humano. A psicologia soviética que se desenvolveu após a Revolução de Outubro de 1917, também explorou essa condição do psiquismo. Portanto, esse trabalho surge com o objetivo de apresentar o entendimento e as explicações do inconsciente que a teoria soviética desenvolveu ao longo do século XX. Para cumprir nosso objetivo trabalharemos com seis autores da psicologia soviética: A. V. Petrovski, F. V. Bassin, S. L. Rubinstein, I. M. Rozet, Y. A. Ponomarev e L. I. Bozhóvich. A escolha por estes autores se deu pela facilidade dos materiais encontrados e também para podermos no final desse trabalho demonstrar por meio de uma comparação com o psicólogo soviético L. S. Vigotski, como as explicações acerca desse fenômeno encontram-se mais próximas, objetivas e explicativas do que na psicanálise. É de conhecimento de historiadores ou profissionais da psicologia a importância teórica e prática da teoria psicológica de Vigotski, contudo, partimos aqui da ideia de que a psicologia soviética não se limitou apenas a ele. Existiram uma gama imensa de homens e mulheres que desenvolveram a ciência psicológica no regime soviético, tendo como principal objetivo: desenvolver o novo homem e a nova mulher socialista. Vigotski, portanto, é mantido nesse trabalho como modelo de análise e comparação com os demais teóricos que desenvolveram algumas explicações sobre a relação entre consciência e inconsciente. No decorrer de nosso estudo teórico, descobrimos que o inconsciente se caracteriza nesta teoria psicológica como oposição a consciência, diga-se de passagem, apenas em Petrovski, que o inconsciente não apareceu como oposição, mas, como uma particularidade do psiquismo que possui seu desenvolvimento também no meio social, assim como os fenômenos que surgem à consciência. Encontramos também grandes semelhanças entre as explicações de Rubinstein e Vigotski, não apenas nas descrições do problema do inconsciente, mas também da consciência. Tanto para Rubinstein, como para Vigotski, o inconsciente não se caracteriza por aquilo que não foi vivenciado pelo sujeito, mas o contrário. É aquilo que foi vivenciado pelo sujeito, entretanto, não foi ainda correlacionado com um objeto ou acontecimento do mundo objetivo, neste sentido, a atividade do sujeito encontra-se ainda com ações que também são inconscientes. Todavia, as semelhanças não estão apenas nas explicações acerca do inconsciente, mas também da consciência. Tanto Vigotski como Rubinstein, elegem a vivência/experiência – perijivanie – como unidade de análise da consciência. Neste sentido, a vivência/experiência atuam como uma unidade de análise da consciência, entretanto, também a desenvolve. Encerramos esse trabalho, demonstrando e levantando a necessidade de estudar o inconsciente em outros teóricos da psicologia soviética. Devemos realizar também ainda uma pesquisa que contemple as diferenças objetivas entre o inconsciente na psicanálise e nas teorias que se desenvolveram as luzes do materialismo histórico-dialético.

Palavras-chave

psicologia, soviética, inconsciente, consciência, vivência, experiência

Autor(a) Correspondente
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