O CUIDADO A PESSOAS EM USO PREJUDICIAL DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS: EXPERIÊNCIA ÉTICA, POLÍTICA E ESTÉTICA

Code: 221211450
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Título

O CUIDADO A PESSOAS EM USO PREJUDICIAL DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS: EXPERIÊNCIA ÉTICA, POLÍTICA E ESTÉTICA

Autores(as):
  • Valéria Raquel Alcantara Barbosa

    Barbosa, Valéria Raquel Alcantara

  • Elyne Montenegro Engstrom

    Engstrom, Elyne Montenegro

DOI
10.37885/221211450
Publicado em

29/12/2022

Páginas

439-448

Capítulo

31

Publicado no livro

OPEN SCIENCE RESEARCH IX

Resumo

No Brasil, os pressupostos epistemológicos que assentam o modelo psicossocial de atenção a pessoas que fazem uso de álcool e outras drogas adotam como objetivo principal a produção de saúde, a potência de vida; defendem o empoderamento com vistas à participação social e rompem a ideia de cura sob o aspecto de retorno ao equilíbrio e à normalidade legitimada socialmente. Em que pese tais propósitos do cuidado, historicamente no país, o tratamento de pessoas que usam álcool e outras drogas deu-se sob a égide da coerção, imposição e punição; alicerçado na cultura proibicionista, asilar, na medicalização do sofrimento psíquico, desprezo às singularidades dos indivíduos, tendo como meta primordial a abstinência. Nessa perspectiva, a reflexão sobre o cuidado a pessoas em uso prejudicial de álcool e outras drogas exige admiti-lo enquanto experiência ética, política e estética, atravessada por retrocessos e desafios em tempos de crise política, crescimento do autoritarismo e tensionamento das relações entre ciência e Estado, somado ao desmonte dos avanços alcançados pela reforma psiquiátrica, no qual a luta no campo da saúde mental no Brasil não pode ser descolada de um campo maior de luta social, exigindo o fortalecimento da luta antimanicomial. Logo, o cuidado promovido na RAPS a pessoas que fazem uso de álcool e outras drogas urge integralidade; ênfase na emancipação, para que tenham voz e vez, como cidadãos e protagonistas do próprio tratamento; priorizar as idiossincrasias da relação profissional e usuário dos serviços de saúde; e evocar a contextualização do sofrimento psíquico enquanto totalidade.

Palavras-chave

Cuidados de saúde, Usuários de drogas, Serviços de saúde mental.

Autor(a) Correspondente
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