NOTIFICAÇÃO DE ACIDENTES COM ANIMAIS PEÇONHENTOS: AS REPERCUSSÕES SOCIOESPACIAIS E CLÍNICAS NO BRASIL

Objetivo: Avaliar a distribuição dos acidentes por animais peçonhentos e características clínicas nas regiões do Brasil, entre 2018 e 2022. Métodos: Estudo retrospectivo e descritivo das notificações dos acidentes por animais peçonhentos nas regiões do Brasil. Resultados: Foi observado diminuição na incidência dos acidentes de 2019 até 2021, entretanto, aumento em 2022 (119.30/100mil), com maiores casos no Sudeste (495.125), Nordeste/N (448.784) e Sul/S (143.288). Houve aumento dos acidentes entre serpentes, aranhas, escorpiões e abelhas no Brasil, tendo Nordeste, sudeste e Centro-Oeste com frequência para escorpião (76.4%, 73.7% e 66,3%); Norte, para serpente (54.7%) e Sul, aranha (59.8%). A maioria dos casos no Brasil foram no sexo masculino (55.2%), entre 15 e 39 anos 39.3%), pardos (55.2%), sem relação ocupacional (90.3%) e evolução para cura. Às características clínicas, o local de picada de maior frequência, por tipo de animal, foi para membros inferiores em acidentes por serpente (74.7%) e aranha (45.8%); membro superiores para escorpião (49.1%) e lagarta (69.3%) e cabeça para abelhas (44.7%). Conclusão: Os acidentes com animais peçonhentos apresentaram tendência temporal crescente a partir de 2021 e expõe diferentes cenários epidemiológicos nas regiões. Logo, fica evidente a necessidade de intensificar as orientações à população, sobretudo, entre os de maiores riscos, visando diminuir as notificações dentro e fora do ambiente de trabalho.