KAMÉ E KAIRU - CONCEPÇÕES COSMOLÓGICAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA PARA O ESTUDO DO GRAFISMO KAINGANG

Este texto tem o propósito de discutir questões suscitadas pela ação pedagógica em uma escola da rede privada da cidade de Santa Cruz do Sul/RS, a partir dos estudos promovidos nos componentes curriculares de Arte e de Ensino Religioso – grafismo e cosmologia kaingang. Tal experiência nos conduziu à reflexão acerca dos paradoxos que constituem nossa relação com a cultura indígena, bem como repensar os modos como nos relacionamos com a natureza, com os outros e consigo. Assim, foi possível conhecer e repensar nossas origens de matriz indígena, bem como as relações que estabelecemos com esses povos, ampliando reflexões acerca da constituição identitária indígena nos dias atuais, no que tange às relações com os não-indígenas, demarcações de terras, história e cultura, de modo a desconstruir estereótipos, combater preconceitos e exercitar o respeito a diferentes culturas. Reconhecemos a cultura indígena como parte integrante e essencial da nossa comunidade, portanto vivenciar e conhecer esses saberes são fundamentais para constituirmos uma sociedade onde prevaleça a equidade, exercitando vínculos mais potentes de convivência e diálogo entre as diversidades.