INFECÇÕES EXPERIMENTAIS EM CÉLULAS DO SISTEMA NERVOSO, ESTUDOS MOLECULARES E HISTOPATOLOGIA DOS RHABDOVIRUS (XIBUREMA E INHANGAPI), GÊNERO ARURHAVIRUS

Os vírus Inhangapi (Lutzomyia flaviscutellata) e Xiburema (Sabethes intermedius) reagiram pelo teste de fixação do complemento com soro homólogo, mas não com outros vírus da família Rhabdoviridae. Utilizamos nesse tudo cultivos celulares, histopatologia e técnicas moleculares. Camundongos recém-nascidos (Mus musculus) mostraram suscetibilidade aos vírus quando infectados pelas vias intracerebral e intranasal, resultando em morte no dia 5 após a infecção. Linhagens primárias e contínuas foram suscetíveis aos dois vírus, apresentando efeito citopático 14 e 4 dias após a infecção, respectivamente. Apenas o vírus Xiburema causou efeito citopático em células C6/36. Os testes de imunofluorescência indireta e de fixação de complemento confirmaram a presença de antígenos virais em células com efeito citopático. O estudo relata que ambos os vírus apresentaram lesões cerebrais, como edema perivascular, hipertrofia endotelial, necrose com apoptose no córtex e neurônios do hipocampo 96 horas após a inoculação, enquanto outros tecidos permaneceram sem alterações. Ultraestruturalmente as partículas assemelharam-se à família Rhabdoviridae. Camundongos recém-nascidos apresentaram antígenos virais em quase todas as áreas do parênquima cerebral. A análise das sequências completas desses vírus confirmou os dados existentes na literatura codificando cinco proteínas estruturais (3′-NPMGL-5′) e genes acessórios (pAG1 e pAG2) e (pAG1) entre os genes G e L, respectivamente. Em nossos estudos os vírus Inhangaphi e Xiburema compartilham características morfológicas e moleculares semelhantes à família Rhabdoviridae, dentro do novo gênero Arurhavirus e os neurônios foram as células primordiais infectadas em culturas de células primárias