IDENTIFICAÇÃO DE VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA: CONHECIMENTOS E CONDUTAS DE CIRURGIÕES –DENTISTAS

Code: 220508921
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Título

IDENTIFICAÇÃO DE VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA: CONHECIMENTOS E CONDUTAS DE CIRURGIÕES –DENTISTAS

Autores(as):
  • Patrrícia Silveira Damasceno

    Damasceno, Patrícia Silveira

  • Patrícia Maria Costa Oliveira

    Oliveira, Patrícia Maria Costa

  • Vanara Florêncio Passos

    Passos, Vanara Florêncio

  • Ana Cristina De Mello Fiallos

    Fiallos, Ana Cristina de Mello

  • Regina Glaucia Lucena Ferreira

    Ferreira, Regina Glaucia Lucena

DOI
10.37885/220508921
Publicado em

01/08/2022

Páginas

81-95

Capítulo

6

Resumo

INTRODUÇÃO: Anualmente, registram-se mais de 1,3 milhão de mortes decorrentes da violência, em suas diversas formas: autodirecionada, interpessoal ou coletiva, correspondendo a 2,5% da mortalidade global. Na população de 15 a 44 anos de idade, a violência é a quarta principal causa de morte em todo o mundo. A região de cabeça e pescoço e cavidade bucal são sítios frequentemente envolvidos em situações de violência física, deixando o cirurgião-dentista numa posição favorável para identificá-las, entretanto, a violência intrafamiliar ainda passa desapercebida por profissionais de saúde. OBJETIVO: Descrever o conhecimento de cirurgiões-dentistas acerca da identificação, bem como das condutas adotadas diante de casos de violência doméstica. MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo descritivo, transversal, de natureza quantitativa. A amostra foi composta de 41 cirurgiões-dentistas de uma instituição pública de ensino. Os dados foram coletados por meio de questionário online estruturado. Coletaram-se informações sobre o perfil sociodemográfico, a percepção e atitude sobre a violência intrafamiliar e o conhecimento sobre a legislação. Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva, utilizando-se o software Statistical Packcage for the Social Sciences® (SPSS) versão 22.0 para Windows. Foram empregados os testes “Qui-quadrado de Pearson” e “Exato de Fisher”, com intervalo de confiança de 95%. RESULTADOS: No que diz respeito ao diagnóstico de lesões decorrentes de violência doméstica, 73,2% dos cirurgiões-dentistas não receberam nenhum treinamento, enquanto 48,8% afirmaram não se sentirem capacitados para o diagnóstico. Ademais, 46,3% afirmaram já ter suspeitado de situação de violência doméstica, (em 68,4% dos casos, as vítimas eram crianças), mas somente 21,0% notificaram o caso ou comunicaram ao Conselho Tutelar. Na maioria das situações, a face foi o sítio mais acometido (73,7%). Lesões intraorais foram visualizadas em 52,6% dos casos. Constatou-se desconhecimento da legislação pertinente e dos instrumentos utilizados, como a ficha de notificação. Observou-se relação entre ter recebido treinamento e suspeitar de lesões decorrentes de violência doméstica (p=0,019); e entre ter recebido treinamento e saber notificar a violência doméstica (p=0,021). Verificou-se também relação entre suspeitar de violência doméstica e sentir-se capacitado para o diagnóstico (0,015). O preparo da equipe e a capacitação do estudante ainda na graduação foram citados como fatores que contribuem para o preparo dos profissionais para o manejo de vítimas de violência doméstica. CONCLUSÕES: Existem lacunas de conhecimento dos cirurgiões-dentistas participantes desta pesquisa em relação à notificação da violência doméstica, bem como acerca da legislação vigente sobre a temática. O estudo sugere que o fato de o profissional ter recebido treinamento aumenta as chances de ele suspeitar de situações de violência doméstica e de notificar a ocorrência.

Palavras-chave

Violência, Conduta, Conhecimento, Cirurgiões-dentistas.

Autor(a) Correspondente
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