ESTUDO ETNOGRÁFICO DA COMUNIDADE NOVA BETEL, ESTRADA DO BEC-KM 12, ORIXIMINÁ-PARÁ: PESQUISA DOS ALUNOS DO PROJETO MUNDIAR

O método etnográfico de pesquisa foi desenvolvido nas investigações da área da Antropologia, voltadas ao estudo da cultura e da sociedade por meio da descrição, documentação e análise de aspectos cotidianos de povos diferentes. A utilização das técnicas etnográficas pelos pesquisadores da área de educação, no Brasil, teve início a partir da década de 1970. No contexto escola-comunidade, a etnografia ganha outros contornos, por apresentar algumas peculiaridades, sobretudo em relação aos tipos de atividades e interações dos atores sociais nas práticas educativas que podem ser registradas dentro e fora do âmbito escolar. Neves (2006) evidencia que “existe uma estreita participação dos pesquisadores e pessoas envolvidos na pesquisa, deixando estas de serem meros informantes: elas tornam-se sujeitos, produtores ativos de conhecimento”. E foi com essa perspectiva, que os moradores da comunidade Nova Betel, alunos do Projeto Mundiar, pudessem pesquisar e registrar a história da comunidade e fotografar o momento presente da comunidade. O registro da história da comunidade se fazia urgente, a história da fundação da Comunidade Nova Betel, está escrita na ata de fundação da comunidade, de forma abreviada em Caderno Brochura, na casa do último membro fundador ainda vivo, o senhor Sebastião, chamado de ‘Seu Sabá’. Com a conclusão do Ensino Médio, pelos alunos do Projeto Mundiar e ainda com a oportunidade de participar da primeira edição da FECITIBA ( Feira de Ciências e Tecnologias Educacionais da Mesorregião do Baixo Amazonas – PA), a pesquisa etnográfica revelou-se uma oportunidade de culminância dos estudos, registro histórico e aplicação de uma educação extramuros praticada em uma abordagem interdisciplinar que objetivou primordialmente o conhecimento local e o autovalor dos alunos, como estudantes e como membros da comunidade.