EFEITOS DA MONOCULTURA E APLICAÇÃO DE VINHAÇA SOBRE OS ATRIBUTOS QUÍMICOS, FÍSICOS E BIOLÓGICOS DO SOLO EM ÁREA DE CULTIVO DE CANA-DE-AÇÚCAR EM SERGIPE, BRASIL

Agricultura de monocultura é uma das atividades antrópicas que interferem e alteram os ecossistemas naturais. Nestas atividades o solo pode ser compactado, degradado, contaminado ou até mesmo carreado, refletindo na ausência de organismos. Neste trabalho objetivou-se avaliar o efeito da aplicação de vinhaça sobre os atributos físico-químicos e biológicos do solo com cultivo de cana-de-açúcar em dois municipios sergipanos, localizados em diferentes biomas. Em cada usina foram comparadas áreas de cultivo de cana-de-açúcar com e sem aplicação de vinhaça, tendo as áreas de vegetação nativa como referência. Para análise física do solo, foram retiradas amostras indeformadas e para análises químicas de fertilidade e microbiológicas, amostras deformadas de 0-20 cm e 0-10 cm, respectivamente. Para a coleta de fauna, 10 armadilhas do tipo pitfalls foram instaladas em cada área das usinas e permaneceram no campo por 7 dias. A aplicação de vinhaça promoveu melhoria na maioria das variáveis químicas nos solos estudados, porém houve redução do teor de Mg+, em relação à área sem aplicação de vinhaça. A biomassa e a atividade microbiana foram influenciadas pelos diferentes sistemas de manejo do solo. Os volumes aplicados de 40 e 90 mm anuais de vinhaça ao solo por 9 e 20 anos nas áreas estudadas, não não promoveram melhoria nos atributos microbiológicos . Com relação a fauna, houve predominância de formigas e baixa diversidade nas áreas das duas usinas e também não houve diferença na diversidade entre as áreas com e sem aplicação de vinhaça. As ações antrópicas não permitem que os fragmentos de vegetação cumpram seu papel ecológico na manutenção das espécies locais. Maiores volumes de vinhaça poderiam ser aplicados para melhoria destes solos, desde que acompanhados de estudos para monitorar as alterações provocadas.