EFEITO DO FLUCONAZOL NA ESTRUTURAÇÃO DE COLÔNIAS ADVINDAS DE SWITCHING FENOTÍPICO EM CANDIDA TROPICALIS

Switching fenotípico é um importante fator de virulência em Candida tropicalis que promove a emergência de linhagens isogênicas com maior potencial de virulência e menor sensibilidade à antimicrobianos. Visto que C. tropicalis é um importante patógeno no cenário epidemiológico atual, o objetivo do presente trabalho foi aferir o papel do switching fenotípico na exposição prolongada ao fluconazol na presença da concentração inibitória mínima (MIC) do fármaco em dois morfotipos (Parental e variante Crepe) do sistema de switching 49.07, bem como avaliar a macromorfologia de colônia dos morfotipos nessas condições. Os morfotipos foram submetidos à metodologia de exposição prolongada ao fluconazol sob concentração referente ao MIC de cada morfotipo (Parental 0,125 μg/ml e Crepe 32 μg/ml) por 20 dias consecutivos. A macromorfologia de colônia foi registrada em intervalos de 5 dias. O morfotipo Parental apresentou capacidade de crescimento apenas até o 7º dia de exposição, tempo similar a utilização do fármaco em ambiente clínico, sendo também notada tendência à setorização da colônia. Já o morfotipo Crepe, primariamente com morfologia de colônia complexa, manteve-se viável após 20 dias de tratamento apresentando descomplexação da colônia. Os resultados apontam que switching fenotípico pode alterar padrões de indução de resistência ao fluconazol, gerando linhagens com maior capacidade de crescimento na presença do antifúngico. Além disso, os dados sugerem, que embora o variante resistente tenha perdido estruturação de colônia, houve manutenção da capacidade de crescimento, apontando que esse morfotipo pode ter mantido padrões de transcrição mesmo com a alteração morfológica.