EDUCAR PARA O AUTOCUIDADO: UM ESTUDO COM PROFISSIONAIS DO TRABALHO SOCIAL

O stresse ocupacional e o burnout são considerados desafios contemporâneos para a saúde dos profissionais e daqueles que constituem o seu ambiente pessoal e profissional (Vicente, Oliveira, & Maroco, 2014). O autocuidado, enquanto processo cognitivo, afetivo e comportamental, pode constituir-se como uma proteção, pois está associado ao aumento do bem-estar geral e à menor perceção de stresse (Pender, Murdaugh, & Parsons, 2010). O objetivo deste trabalho é analisar as capacidades de autocuidado dos profissionais portugueses com intervenção em contexto social e verificar em que medida se registam diferenças significativas em função de variáveis sociodemográficas, com vista à promoção e construção de práticas positivas que favoreçam e protejam o funcionamento destes indivíduos. Foram utilizadas técnicas estatísticas descritivas e inferenciais, numa amostra de 200 profissionais e utilizada a EACAC - Escala para a Avaliar as Capacidades de Autocuidado (Alves, Fonseca, & Araújo, 2015). Os resultados permitem considerar que são os profissionais sem formação superior, solteiros estudantes, com menor número filhos e a residirem em meio rural os que revelam valores mais próximos da pontuação máxima da EACAC. São sugeridas intervenções que pretendem promover o autocuidado, tornando estes profissionais mais capacitados e conscientes dos sinais de stresse, das reações emocionais e padrões de pensamento/ ação na relação consigo, enquanto pessoa e trabalhador, e com o trabalho social; além de acrescentar contributos na promoção e educação para a saúde.