DESAFIOS E POSSIBILIDADES DA IDENTIDADE DO CAMPO: UM ESTUDO NA ESCOLA PROFª IZAURA DOMINGOS COSTA

O artigo apresenta os resultados sobre o processo de construção de identidade do campo entre os/as jovens da Escola Profª. Izaura Domingos Costa, município de São Miguel do Guamá, bem como seus desafios e suas possibilidades. Da mesma forma, foram identificados os elementos que constituem e influenciam na identidade desses sujeitos, seu pertencimento ao campo e como a discriminação os afeta. Os dados foram coletados por meio de entrevistas com 8 jovens que estudam nesta escola. A análise preferiu a abordagem qualitativa. Os resultados demonstraram que os elementos que fazem parte da identidade dos sujeitos do campo estão ligados à religião, ao trabalho, ao lazer, e a formação de redes de sociabilidades estabelecidas na igreja, família e escola. Destes, a família exerce um papel decisivo, uma vez que os hábitos, costumes e valores são compartilhados de geração para geração. Para os entrevistados, o campo representa sua moradia. É um lugar que traz paz, de fuga dos problemas urbanos, pois permite desfrutar da natureza e respirar ar puro. Estes jovens sofrem um processo de discriminação por morar no campo que impacta diretamente na sua identidade e no seu pertencimento ao campo. A construção da imagem discriminatória da pessoa do campo possui raízes históricas e visa legitimar a desigualdade social. Por isso, surgem representações estereotipadas com a criação de rótulos discriminatórios. Há ainda um longo caminho a percorrer. Existem muitos desafios que exigem o firme propósito de continuar resistindo na expectativa de que é possível vencer, mesmo que este processo seja doloroso e cheio de obstáculos para os sujeitos envolvidos.