CUIDADOS PALIATIVOS E O MODO DE CUIDAR: ATÉ ONDE VAI O ENVOLVIMENTO?

Muitas vezes, os profissionais da saúde investem em procedimentos sofisticados e na utilização de tecnologias de ponta, distanciando-se do sofrimento do ser humano que vive a condição de terminalidade. Em vista disso, este estudo visou averiguar como está ocorrendo o envolvimento da equipe de enfermagem mediante a situação da pessoa que necessita de cuidados paliativos. Desenvolveu-se uma pesquisa qualitativa, com cinco profissionais de enfermagem, de ambos os sexos, maiores de 19 anos, que trabalham há no mínimo um ano em uma das três Instituições de Longa Permanência para Idosos de Passo Fundo/RS, e prestam cuidados paliativos. Os participantes responderam a entrevistas semi-estruturadas, cujo conteúdo foi analisado qualitativamente, desvelando-se as seguintes categorias: entendimento de cuidados paliativos, trabalhando com a morte, seguindo rotinas e observação do comportamento dos familiares. Este estudo alcançou os objetivos traçados, sendo que seu resultado evidenciou que o cuidador profissional apresenta dificuldades em separar os papéis no contexto social e em saber trabalhar com a morte daqueles que estão sob seus cuidados. Notou-se, ainda, a falta de suporte de apoio para tais cuidadores profissionais e ocupacionais, pois os mesmos vêm sofrendo um desgaste notável tanto nas intervenções junto aos residentes, como também frente a determinadas circunstâncias que envolvem os familiares, e que eles têm de estar bem preparados para lidar com a morte de cada paciente. Sugere-se que novos estudos sejam implementados, sendo os sujeitos os cuidadores profissionais que trabalhem em instituições desta abrangência em cuidados paliativos para que se desenvolvam programas e para que se trabalhe a questão emocional e social destes, envolvendo o tema morte.