CONHECIMENTO POPULAR SOBRE PLANTAS CULTIVADAS EM QUINTAIS: UM ESTUDO ETNOBOTÂNICO E BENS COMUNS DOS AGRICULTORES, POVOS E COMUNIDADES TRADICIONAIS

A Etnobotânica utiliza uma visão interdisciplinar relacionando o mundo material, o simbólico e social, por meio de diferentes relações do homem com o meio. O presente estudo objetivou fazer uma pesquisa Etnobotânica na comunidade Cristo Rei, no bairro do Tarumã, em Manaus, Amazonas. O trabalho foi realizado de abril a maio de 2013. Foram entrevistadas sete famílias da comunidade, representando cerca de 10% da população, o maior número de entrevistados foram mulheres, sendo elas as maiores detentoras do conhecimento sobre os usos das plantas da comunidade, e as responsáveis pela conservação das espécies nos quintais, como também pelas preparações dos medicamentos naturais. Apenas um homem foi entrevistado. Ao total foram citadas 27 espécies, distribuídas em gêneros, totalizando 19 famílias botânicas. As famílias mais citadas foram: Lamiaceae, Euphorbiaceae e Asteraceae. Barbosa (2004) relata a predominância dessas famílias botânicas em um trabalho realizado em Uberlândia sobre plantas medicinais em quintais. As espécies mais citadas foram: begônia - planta ornamental, e hortelã espécie medicinal (Mentha arvensis L.), além da frutífera graviola (Annona muricata L.). Os resultados obtidos mostram que a Etnobotânica é uma importante ferramenta para resgatar e sistematizar o conhecimento tradicional contribuindo para minimizar a perda do conhecimento e manter a conservação no uso sustentável das espécies de plantas cultivadas e utilizadas pelas comunidades tradicionais. Portanto, todo este conhecimento pode se perder por falta de mais pesquisas de campo em Etnobotânica na área de estudo.