CHANTAL MOUFFE: UMA NOVA CONCEPÇÃO HEGEMÓNICA DE DEMOCRACIA RADICAL

Chantal Mouffe, filósofa belga, pensa em uma nova concepção hegemónica de democracia radical, onde o antagonismo seja uma condição ontológica e a hegemonia algo instável e sempre propensa a antíteses. Ela propõe algo que chama de “a luta agonista” e que ocorre quando se opõe projetos hegemônicos que não podem ser reconciliados de forma racional. Para Mouffe, há um modelo que é uma alternativa frente ao modelo agregativo e ao modelo deliberativo. Tal modelo é chamado de pluralismo agonístico, ou seja, no espaço democrático democrático, o adversário não é considerado um inimigo. Ele, embora tenha princípios comuns, difere na sua interpretação. Assim, acreditar em uma abordagem agonista está relacionado à crença da possibilidade de transformações ao nível da ordem social, econômica e política. Para a realização desta pesquisa, basea-mo-nos na abordagem teórica qualitativa, seguido das técnicas de pesquisa bibliográfica e documental, onde procuramos analisar e verificar os principais elementos propostos pela autora no contexto da nova teoria democrática que vai além das teorias tradicionais do liberalismo. Conclui-que a pluralidade defendida pela filósofa, é característico da maioria das sociedades contemporâneas, a qual deveria refletir diretamente nas concepções de justiça, Estado, direito e democracia. Contudo, com o advento do projeto político da Modernidade, muitas teorias políticas de governação acabaram por incorporar um ideal de universalização, ou seja, a imposição de um modelo. Assim sendo, a teoria de Mouffe, contrariamente a várias teorias democráticas que se situam no limiar da filosofia política, condsidera a necessidade de integrar a ideia do pluralismo à democracia.