BULLYING UMA REFLEXÃO EDUCATIVA: EDUCAÇÃO E SAÚDE NO CONTEXTO ESCOLAR

A formação de médicos requer um ensino que lhe proporcione competência para realização de atividades diversas. Com essa base, a disciplina de Educação e Saúde no Contexto Escolar oferecida ao curso de graduação em Medicina da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) uniu a educação - como base de todo conhecimento teórico e prático necessário a uma vida de qualidade e dignidade; e à saúde, como efeito de uma educação bem estabelecida onde, além da ausência da doença, também promove o bem-estar e a boa convivência em sociedade¹. Sendo o bullying frequente no meio escolar, projetos de extensão para combatê-lo é fundamental. Nessa perspectiva, dinâmicas constituem formas alternativas de abordagem na construção de espaço para o exercício de uma postura crítica. Este artigo tem como objetivo relatar a experiência de acadêmicos de medicina em um projeto de extensão sobre combate ao bullying com escolares. A atividade refere-se a um projeto de extensão realizado na disciplina de Educação e Saúde no Contexto Escolar na qual participaram XX alunos de ambos os sexos, com faixa etária de 12 a 16 anos, da Escola Estadual Luís Lopes, localizada no município de Três Lagoas, estado de Mato Grosso do Sul, mediante a realização de rodas de conversa sobre bullying. A princípio foi perguntado aos participantes críticas e elogios sobre sua aparência corporal e o fato mais marcante sobre estética, além de mostrar conceito, tipos e consequências do bullying, prevenção, solicitação de ajuda, o papel dos envolvidos e a diferenciação entre discriminação e preconceito. No segundo encontro, foram apresentadas reportagens com fotografias abordando as leis de combate ao bullying (Lei n. 13185/15 e 13.663/2018). A realização da dinâmica de empatia se deu com a permanência dos alunos em dupla, sentados frente a frente para verbalizar elogios ao colega. Pode-se observar a ampla realidade dos escolares quanto às relações familiares mal estabelecidas ou distorcidas, a sexualização precoce, a ausência de diálogo sobre gêneros, o recebimento do bullying e suas consequências práticas na vida da pessoa. Denotou-se às diversas formas de reação ao ato praticado/presenciado pelos escolares que puseram em xeque o incômodo dos adolescentes, trazendo desconforto e transtornos posteriores. Grande parte dos alunos relataram recebimento e prática de bullying referente à estética corporal, biotipo, gênero, etnia e intelecto. Observou-se também uma dificuldade em conquistar a confiança dos participantes, sendo essa mais estabelecida no segundo encontro. Na dinâmica da empatia, notou-se que alguns alunos tinham dificuldades para verbalizar elogios aos colegas, pois, frequentemente estavam mais acostumados às críticas. Contudo, nesse sentido, faz-se necessária a realização de outras atividades sobre a conscientização e as consequências do bullying no âmbito escolar, contribuindo para o desenvolvimento psicossocial do adolescente e do respeito interpessoal.