BREVE ANÁLISE DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO EM PEQUENAS INDÚSTRIAS FRIGORÍFICAS E O POTENCIAL DE DISSEMINAÇÃO DA COVID-19: RELATO DE EXPERIÊNCIAS
Flávia Karina Lima Anceles Goulart
Goulart, Flávia Karina Lima Anceles
Arnon Cunha Reis
Reis, Arnon Cunha
Giovana Maria Gomes Uruçu Serra
Serra, Giovana Maria Gomes Uruçu
Izaías Polary Bezerra
Bezerra, Izaías Polary
Leana Bruna Salomão de Brito
Brito, Leana Bruna Salomão de
Odinéa Alves Ferraz Souza Rodrigues
Rodrigues, Odinéa Alves Ferraz Souza
Raimunda Deusilene Barreira Porto
Porto, Raimunda Deusilene Barreira
Raphael Bernardo da Silva Neto
Silva Neto, Raphael Bernardo da
Simone Pereira Barbosa Lima
Lima, Simone Pereira Barbosa
Nancyleni Pinto Chaves Bezerra
Bezerra, Nancyleni Pinto Chaves
26/02/2022
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IMPLICAÇÕES SOCIOECONÔMICAS DA COVID-19 NO BRASIL E NO MUNDO
O presente estudo teve por objetivo fazer uma breve análise das condições de trabalho em pequenas indústrias frigoríficas e o potencial de disseminação da COVID -19. Para isso, realizou-se um estudo descritivo dividido em três etapas: (i) pesquisa bibliográfica; (ii) reunião via web conferência e aplicação de questionário estruturado com os inspetores municipais de três abatedouros-frigoríficos localizados na cidade de São Luís - MA; e, (iii) tabulação dos resultados obtidos. A pesquisa pode constatar que as indústrias apresentam como atividade principal o abate de bovídeos para posterior, abastecimento de carne na região metropolitana do estado do Maranhão; o trabalho verificou a existência de 65 colaboradores legalizados por estabelecimento e grande quantidade de trabalhadores informais. No mês da pesquisa – maio de 2020 – foi relatada a ocorrência de 25 casos confirmados para o SARS-CoV-2, afastamento dos funcionários infectados e três óbitos, além de grande quantidade de colaboradores com sinais clínicos respiratórios, porém sem confirmação para a doença. As medidas adotadas nos três abatedouros-frigoríficos para mitigação da COVID-19 podem ser sumarizadas em três ações, à saber: 1°) distribuição esparsa de máscaras descartáveis que não contemplava a necessidade de trocas nas seis horas ininterruptas trabalhadas; e, 2°) disponibilização de solução detergente nas pias de uso comum. Em termos comportamentais, em apenas um estabelecimento foi relatada, adicionalmente, a realização de uma palestra educativa que versava sobre transmissão e medidas de controle e prevenção da doença. Logo, as medidas adotadas para contingenciamento da Covid-19 pela gerência dos estabelecimentos aconteceram de forma tardia e, de certo modo, insuficientes. A principal conclusão diz respeito a necessidade de que as empresas do setor de abate, consideradas como serviços essenciais, reforcem todos os cuidados recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pelo Ministério da Saúde (MS) no sentido de ofertarem alimentos seguros para a população, mas, sem negligenciarem o aspecto mais importante da cadeia produtiva: a saúde dos trabalhadores que deve ser tratada como prioridade para qualquer retomada das atividades, sobretudo em tempos de pandemia.
Indústrias frigoríficas, COVID-19, Saúde dos trabalhadores, Pandemia.
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