BANDAGEM BIOLÓGICA COM PELE DE TILÁPIA EM LESÃO DE CAUDA DE GAMBÁ-DE-ORELHA-PRETA (DIDELPHIS AURITA): RELATO DE CASO

O uso de curativos com pele de tilápia-do-nilo tem apresentado grandes resultados no tratamento de queimaduras, que normalmente exigem tratamentos longos, dolorosos e de alto custo. A casuística de saruês com lesões em cauda nos centros de triagem de animais de vida livre no estado de São Paulo é altíssima, e o tratamento dos mesmos exige que o animal permaneça em uma baia de internação por um longo período de tempo, sendo contido para tratamento com uma grande frequência. O presente trabalho apresenta o uso de curativos com pele de tilápia em um exemplar de Didelphis aurita, macho, adulto, pesando 1,980 kg; que foi encaminhado para o setor clínico do Centro de Manejo e Conservação de Animais Silvestres de São Paulo, com lacerações na cauda que apresentavam inflamação, sangramento e edema. Em 10 dias inspecionando os curativos a cada 72 horas, todas as lesões apresentavam-se sem edema, sem sangramento e com ótimo processo de cicatrização, algumas totalmente cicatrizadas dentro deste período. Após 3 meses e meio do início do tratamento, espaçando mais as inspeções gradativamente, o tratamento foi suspenso e com mais um mês em um recinto externo, sem curativos, o animal pode ser devolvido a natureza.