AVALIAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA E CLÍNICA EM PRÉ-OPERATÓRIO DE CIRURGIAS ELETIVAS NÃO-CARDÍACAS
Isabella Lima Chagas Reis Batista
Batista, Isabella Lima Chagas Reis
Naila Silveira Bezerra
Bezerra, Naila Silveira
Renata Brito Marinho
Marinho, Renata Brito
Thaissa Nazareno de Almeida
Almeida, Thaissa Nazareno de
Nayanna Sousa Carneiro
Carneiro, Nayanna Sousa
Ana Lígia Barros Marques
Marques, Ana Lígia Barros
10/09/2020
481-491
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Introdução: A avaliação pré-operatória deve ser capaz de estimar possíveis riscos decorrentes do procedimento cirúrgico em cada paciente e, se possível, orientar condutas que possam minimizá-los. A solicitação desnecessária de exames gera uma série de impactos, não só pelo custo, mas também pela necessidade de acompanhamento de uma anormalidade sem relevância clínica. Além disso, quanto maior a quantidade de exames solicitados, maior a chance de exames falso-positivos, resultando em adiamentos e cancelamentos de cirurgias. Objetivos: Analisar o perfil das avaliações pré-operatórias de cirurgias não-cardíacas eletivas em uma cidade de médio porte do Maranhão. Métodos: Realizou-se estudo observacional, analítico, transversal e prospectivo, de 400 indivíduos adultos submetidos à avaliação pré-operatória de cirurgia não-cardíaca eletiva. Foram coletados dados relativos a 400 avaliações cardiovasculares pré-operatórias, com a amostra sendo estatisticamente representativa da população de indivíduos em estudo (o município de Imperatriz possui uma população de 254.569 habitantes, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE). Resultados: A idade média dos pacientes foi de 55 anos, com 62% do sexo masculino. Todos assintomáticos do ponto de vista cardiovascular, sendo 32,5% hipertensos e 16,0% diabéticos. As principais cirurgias propostas foram: intraperitoneal (colecistectomia e/ou herniorrafia), que respondem por 27,5% do total. Os escores de avaliação pré-operatória cardiovascular predizem que 90% dos pacientes apresentam baixo risco de complicações. A avaliação perioperatória foi solicitada desnecessariamente para 72 (18,0%) pacientes. Eletrocardiograma, hemograma completo, creatinina e glicemia de jejum foram realizados desnecessariamente em 6,0 a 19,0% dos pacientes. Conclusão: Detectou-se taxa considerável de solicitação desnecessária de avaliação pré-operatória, sobretudo para os pacientes com menos de 40 anos, ASA 1, que foram submetidos à cirurgias de baixo risco intrínseco.
Doenças cardiovasculares. Assistência Perioperatória. Procedimentos cirúrgicos eletivos.
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