AVALIAÇÃO DA ESCALA HOSPITALAR DE ANSIEDADE E DEPRESSÃO (HADS) EM ESTUDANTES DE MEDICINA DE UMA UNIVERSIDADE DO MARANHÃO, BRASIL

Estudantes de medicina estão em constante contato com pacientes portadores de vários tipos de doenças e prognósticos ruins. Além disso, enfrentam um alto nível de cobrança pessoal e da universidade, propiciando o surgimento de sintomas depressivos. Mais de um quarto dos estudantes de medicina sofre de depressão ou com sintomas da doença. A presença de depressão entre futuros médicos, bem como suas implicações negativas na vivência acadêmica e profissional, ratifica a importância de se identificar instrumentos adequados para avaliação e diagnóstico. Assim, o presente estudo tem o objetivo de determinar a prevalência de depressão nos estudantes em Medicina da Universidade CEUMA, identificando também possíveis fatores associados. Trata-se de um estudo de corte transversal com 302 estudantes que responderam a um questionário com variáveis sociodemográficas e a Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HADS). Encontrou-se uma prevalência de prováveis casos de depressão leve de 23% (n=71), sendo ainda 31% da amostra (n=95) caracterizada como possíveis casos de depressão leve, traduzindo um total de 54% de indivíduos (n=166) com sintomas depressivos. As variáveis que apresentaram maior significância no HADS-D, através da análise de variância ANOVA, ou seja, obtiveram p < 0,05 foram: gênero, período, realizar acompanhamento psicológico ou psiquiátrico e considerar-se em desequilíbrio em relação a própria saúde mental. O sexo feminino apresentou maiores níveis de depressão. Os alunos que cursam o internato médico foram os que apresentaram menores níveis de sintomas depressivos. Finalmente, o estudo observou um alto número estudantes portadores de sintomas depressivos, em concordância com outros estudos de prevalência nacional e mundial. Além disso, é demonstrada uma reciprocidade negativa entre assertividade e nível de depressão, sugerindo que esta pode interferir no comportamento assertivo, tão importante durante a formação profissional, acarretando danos ao conhecimento profissional e ao aprendizado da experiência médica, e podendo culminar, inclusive, no abandono do curso e até em suicídio.