AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DE SURFACTANTE VERDE FRENTE AO CONSÓRCIO DE BACTÉRIAS PSEUDOMONAS AERUGINOSA E BACILLUS CEREUS
Maria Eduarda Pereira da Silva
Silva, Maria Eduarda Pereira da
Anderson Oliveira de Medeiros
Medeiros, Anderson Oliveira de
Maria da Glória Conceição Silva
Silva, Maria da Glória Conceição
Leonie Asfora Sarubbo
Sarubbo, Leonie Asfora
01/06/2021
49-56
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Nos ambientes marinhos, superfícies imersas sofrem interação com a comunidade biológica presente, o que causa prejuízos econômicos às instalações locais. Para a limpeza dos organismos aderidos a essas estruturas, são utilizadas substâncias tóxicas que inativam e matam as células microbianas. Todavia, essas substâncias são prejudiciais ao meio ambiente marinho. Assim, é necessária a busca de compostos ativos eco-friendly que sejam eficientes em relação à inibição da adesão desses micro-organismos. Os surfactantes químicos apresentam propriedades tensoativas atuantes na superfície de diferentes materiais. Os surfactantes verdes (SV) são de base biológica e podem ser obtidos por modificações químicas de elementos vegetais e microbianos, apresentam baixos valores de Concentração Micelar Crítica (CMC) e toxicidade, alta biodegradabilidade e estabilidade em condições ambientais extremas. Esses compostos também são bons inibidores da adesão microbiana e da formação de biofilmes. Portanto, este trabalho teve como objetivo avaliar a inibição do crescimento de um consórcio microbiano por um SV para a triagem de substâncias e o desenvolvimento de produtos naturais anti-incrustantes. O SV ácido oleico hidroxilado (AOH) foi obtido por reação de esterificação usando o óleo de soja pós fritura. O SV apresentou uma CMC de 400 mg/L, tensão superficial de 35 mN/m e foi submetido ao teste de inibição do crescimento de bactérias com as cepas de Pseudomonas aeruginosa UCP 0992 e Bacillus cereus UCP 1516, onde discos estéreis antibiograma contendo o ativo foi disperso em placas de Petri contendo essas bactérias em forma de consórcio e isoladas. Após 24 h, foi realizada a medição de halos formados ao redor dos discos. As placas em consórcio apresentaram formação de halo com o AOH, porém, confrontando esses resultados obtidos com a ausência de halo nas placas de P. aeruginosa, pôde-se inferir que nos consórcios, houve alguma alteração bioquímica que enfraqueceu a capacidade de proteção da P. aeruginosa, ou alguma simbiose não benéfica, tornando-a vulnerável ao surfactante aqui testado. Por ter apresentado atividade antimicrobiana, um requisito para que o ativo seja utilizado como anti-incrustante, ele se torna uma alternativa eco-friendly para essa problemática.
Biossurfactantes, Bioincrustação, Adesão microbiana.
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