ATENDIMENTO MÉDICO EM LIBRAS NO MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE: UMA PROPOSTA BASEADA NA ACESSIBILIDADE DO TRANSPORTE PÚBLICO E ÍNDICE DE VULNERABILIDADE DE SAÚDE

Objetivo: apresentar uma proposta de implantação do atendimento médico em Libras na cidade de Belo Horizonte nos Centros de Especialidades Médicas (CEM) por meio de ferramentas de análise espacial e geoprocessamento. Métodos: O número de surdos residentes em Belo Horizonte é de 5.543 pessoas e a frequência de demanda por atendimento médico, considerada na população de surdos, foi de 1,5 vezes ao ano. Considerando que as consultas médicas duram em torno de 20 minutos e a jornada de trabalho é de 6 horas diárias, seriam necessários dois médicos fluentes em Libras para atender esses pacientes ao longo do ano. Os parâmetros adotados para a escolha de dois CEMs para os Surdos foram: acessibilidade ao transporte público (raio de 1 km) e índice de vulnerabilidade à saúde (IVS) na cidade de Belo Horizonte, realizado por meio de georreferenciamento. Resultados: Após a definição do número total de linhas de ônibus ou estação de metrô em torno de cada CEM, foi atribuído um peso de 0,05 a cada linha de ônibus. Para o índice de vulnerabilidade em saúde, foi utilizada a camada vetorial IVS disponível no site da cidade. Os CEMs selecionados para implantação dos médicos usuários da Libras foram o Centro Sul e Venda Nova, pois a associação entre vulnerabilidade e índice de acessibilidade atribuiu maior pontuação a esses centros. Conclusão: A implantação do atendimento médico em Libras pode garantir o sigilo médico, facilitar a comunicação e contribuir para maior satisfação com o atendimento prestado.