AS MULHERES DO CAMPO E O BEM VIVER: O PROTAGONISMO ANOTADO NAS CADERNETAS AGROECOLÓGICAS
Dulce Naiara Carvalho Ferreira
Ferreira, Dulce Naiara Carvalho
Cristiane Moraes Marinho
Marinho, Cristiane Moraes
Ana Elizabeth Souza Silveira de Siqueira
Siqueira, Ana Elizabeth Souza Silveira de
28/04/2023
29-37
2
AGROECOLOGIA: PRODUÇÃO E SUSTENTABILIDADE EM PESQUISA - VOL. 4
Objetivo: O objetivo deste artigo é refletir, a partir das luzes das teorias da economia crítica, como a economia feminista e a economia ecológica estão interligadas na prática das mulheres agricultoras no Sertão baiano possibilitando o Bem Viver, fomentando uma outra economia na agricultura familiar, e contrapondo a economia convencional. Métodos: Este artigo visa refletir as contribuições das mulheres agricultoras em uma outra perspectiva de economia para a agricultura familiar, a partir das Cadernetas Agroecológicas, implementadas pela Assessoria Técnica Contínua (ATC) da organização da sociedade civil do Serviço de Assistência Socioambiental no Campo e Cidade (SAJUC), que atua na assessoria técnica do Projeto Pró-Semiárido, executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), empresa pública do Estado da Bahia, vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Rural, em parceria com o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), no município de Casa Nova – Bahia, em 06 comunidade rurais. A implementação da metodologia das Cadernetas Agroecológicas, em tais comunidades, foi iniciada em agosto de 2019 a julho de 2020. Este trabalho foi fundamentado a partir de uma pesquisa bibliográfica, no qual os dados aqui expressos foram obtidos de uma abordagem “qualiquanti”, fundamentada na pesquisa-ação, baseada em observações participantes, diário de campo, dados oficiais de domínio do SAJUC e dos relatos de mulheres agricultoras que participaram da metodologia de aplicação das cadernetas agroecológicas. Resultados: Foi possível demonstrar que a produção econômica, monetária e não-monetária oriunda das produções protagonizadas pelas agricultoras foi fundamental para à economia familiar, apontando para as economia feminista e ecológica como um caminho para o Bem Viver. Além disso, por meio das trocas e doações, foi possível o acesso de vizinhos e familiares, a alguns tipos de alimentos que não poderiam adquirir no mercado, aumentando a reciprocidade. Conclusão: A partir da análise será possível compreender em quais aspectos as mulheres agricultoras potencializam outras economias diferentes da convencional em seus territórios e como isso contribui para a construção do Bem Viver e de alternativas ao desenvolvimento rural.
Agricultoras, Autoconsumo, Economia, Agroecologia.
Este capítulo está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
O conteúdo do capítulo e seus dados e sua forma, correção e confiabilidade, são de responsabilidade exclusiva do(s) autor(es). É permitido o download e compartilhamento desde que pela origem e no formato Acesso Livre (Open Access), com os créditos e citação atribuídos ao(s) respectivo(s) autor(es). Não é permitido: alteração de nenhuma forma, catalogação em plataformas de acesso restrito e utilização para fins comerciais. O(s) autor(es) mantêm os direitos autorais do texto.