AS (IM)POSSIBILIDADES DO ENSINO REMOTO PARA O ALUNO COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA

O ensino remoto é uma realidade educacional desafiadora para todos e, em especial para alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e suas famílias. Entram em cena os desafios muitas vezes existentes da inclusão desses alunos que, somando-se à distância da escola, professores, interações e, por vezes terapias, passam a tornar mais complexo o Transtorno e suas singularidades. Para entender essas questões, aproximou-se de uma família que vivencia esta realidade (filhas com TEA frequentam o 2º e 6° ano do Ensino Fundamental – uma de escola privada e outra pública – do município de Angra dos Reis/RJ) e, na forma qualitativa e de Estudo de Caso, buscou-se entrevistar a mãe das alunas para saber suas impressões sobre a atual escolarização de suas filhas, de acordo com o seguinte questionamento: como está acontecendo o processo de ensino e aprendizagem das alunas com TEA no momento atual devido uma pandemia? Este texto tem como objetivo refletir sobre a relação do ensino remoto diante do TEA, problematizando suas impossibilidades e/ou possibilidades a partir da estratégia da entrevista semiestruturada. Como resultados destaca-se a escassa relação entre escola e família (que por vezes já existia, mas que agora agravou-se), as dificuldades da família em gerenciar e desenvolver atividades pedagógicas de acordo com as singularidades necessárias às especificidades das alunas e o reconhecimento do avanço das limitações e comprometimentos do TEA devido o afastamento da escola e/ou pausa de atendimentos – fato que nos leva a reconhecer a importância (mesmo que com barreiras ainda existentes) do processo de inclusão de alunos com TEA em escolas regulares.