A TEIA QUE UNE PESSOAS E PLANTAS NA COMUNIDADE QUILOMBOLA DE MONTE ALEGRE, VEREDINHA, MINAS GERAIS

Nesta pesquisa utilizamos dados sobre uso e conhecimento das plantas no território quilombola de Monte Alegre (Veredinha - MG, Brasil) associados a questão socioambiental para entender a trajetória da comunidade desde 1990 até o reconhecimento pela Fundação Palmares em 2021. Refletimos sobre quais relações a comunidade estabeleceu com as plantas do seu ecossistema ao longo dos anos, e como esta relação tem sido impactada por “chegantes” no território. O processo de pesquisa envolveu dialogicamente todos os participantes (pesquisadores, orientadores e comunidade), levantando com eles as informações, dados e inferências de acordo com os princípios do método da pesquisa participante, com a utilização de instrumentos variados nas atividades de campo, como observações diretas e diagramas de Venn. As mudanças no meio natural levaram a comunidade inicialmente extrativista - que já teve historicamente os locais de coleta como parte do seu território e modo de vida - à mudanças drásticas em sua estrutura social e no modo como se relacionam com as plantas. Ao mesmo tempo em que a comunidade é esvaziada pela migração/êxodo rural, os comunitários que permanecem desenvolvem estratégias para continuar em seu território, e assim a comunidade se ressignifica a partir das novas condições.