A QUESTÃO DO MICROCRÉDITO PRODUTIVO E ORIENTADO RURAL NO NORDESTE: A IMPORTÂNCIA DA METODOLOGIA DO AGROAMIGO FACE AS NOVAS LEITURAS SOBRE A AGRICULTURA FAMILIAR

A questão do microcrédito rural produtivo e orientado, a exemplo da aplicação da metodologia do agroamigo, sob a execução do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), estar baseada em realidades socioeconômicas heterogêneas e complexas que se organizam contraditoriamente no tempo e no espaço na região Nordeste. Elemento de natureza empírica que justifica a necessidade de analisar seus efeitos na linha dos estudos rurais, ou ainda de forma específica, dos processos sociais rurais, é que definiram mudanças significativas nos últimos quinze anos, enquadrado neste “novo mundo rural” das chamadas sete teses, tendo como protagonistas os chamados “tomadores de crédito de baixa renda”, ou em outros termos, entre os mais pobres entre os milhões de agricultores familiares existentes no Brasil. Essa dimensão do microcrédito rural foi analisada a partir da sua relação alcance, fundamentado não apenas na constituição da renda, mas da sua multidimensionalidade, tomando como parâmetro a subjetividade dos agricultores familiares nordestino para entender a questão da metodologia contratual em tela. Para tanto, a pesquisa agregou uma abordagem analítica, com aspectos quali e quantitativos, que fundamentam a importância do agroamigo como uma iniciativa pioneira destinada aos agricultores familiares pobres da região Nordeste que transcende a mera relação contratual a partir do acordo de vontades. Nesse diapasão, o programa agrega desafios, e se constituí num verdadeiro viés produtivo e de geração de renda e seus desdobramentos multidimensionais, como a questão cultural, política e ambiental. Entretanto, mais importante é inserir como uma ferramenta na linha do arranjo institucional baseado na simplificação contratual, na aplicação do deságio e na consolidação destes agricultores familiares como atores sociais inseridos no mercado de crédito de menor porte e de suas particularidades como mote de superação das privações, e da materialidade do desenvolvimento. O método foi o empírico analítico, com uso de elementos secundários a partir de revisão bibliográfica conceitual e do debate seminal do desaparecimento ou não da agricultura familiar no Nordeste e nos parece que o agroamigo serve como instrumento institucional central na resiliência destes agricultores historicamente marginalizados.