A PSICOLOGIA DAS MULTIDÕES EM TEMPOS DE PANDEMIA POR COVID19

O objetivo deste estudo foi discutir o existir humano em tempos de pandemia, segundo uma perspectiva Grupanalítica. Este estudo teórico foi realizado através de levantamento bibliográfico da literatura científica pertinente. Inicialmente, apresenta-se um breve recorte histórico das epidemias que assolaram a humanidade a partir da idade média. Em seguida, aborda-se a Psicologia Social freudiana e o surgimento da Grupanálise. Finalmente, discute-se o “indivíduo-coletivo pandêmico”, a partir da teoria analítica aplicada aos grandes grupos. Compreende-se que em um grande grupo, poder e responsabilidade se pulverizam. As funções de superego tornam-se mais fracas; sentimentos de culpa e ansiedade são atenuados. Ressalta-se que a multidão é sempre dominada por considerações das quais é inconsciente. Entende-se que ocorre uma transformação dos sentimentos dos indivíduos que a compõem, o que pode levar a atuações heroicas ou destrutivas; centenas de indivíduos, sob a influência de determinadas emoções em certo grau de magnitude, podem adquirir características de uma multidão psicológica, quer em reuniões presenciais ou virtuais. Dessa forma, submetem-se “a lei da unidade mental” coletiva que os faz sentir, pensar e agir de uma maneira bastante diferente do habitual. Observa-se a necessidade instintiva dos membros de uma multidão em obedecer a um líder, em buscar uma figura de autoridade. Por fim, em tempos de pandemia, o cyberespaço foi elevado a um novo status. Nesse sentido, torna-se fundamental fomentar reflexões a respeito das redes sociais enquanto matriz virtual do grande grupo.