A MOBILIZAÇÃO SOCIAL EM UMA ESCOLA PÚBLICA DO CAMPO, A PARTIR DA PROBLEMATIZAÇÃO SOCIOAMBIENTAL MEDIADA PELAS CIÊNCIAS

Buscou-se investigar o ensino de ciências da natureza, desenvolvido em uma escola pública da zona rural de Tramandaí/RS, na sua relação com os processos de mobilização social desta escola e de que maneira o currículo das ciências se articula com as problemáticas da comunidade, enfatizando possíveis ações para a melhoria da realidade socioambiental e enfrentamento das adversidades ocasionadas antes e durante a pandemia da COVID-19. Foram consultados para a fundamentação teórica os autores Freire (2002), Vygotsky (1984), entre outros, que abordam a Educação do Campo e Ensino e aprendizagem em Ciências, em um contexto no qual a mobilização social contribua para a construção de uma sociedade mais justa, inclusiva e democrática. A pesquisa foi realizada através de um estudo de caso, dividida em dois momentos (antes e durante a pandemia) e com aplicação de questionários. No primeiro momento, antes da pandemia, buscou-se conhecer os possíveis processos de mobilização social organizados pela escola, através de um currículo crítico e contextualizado das ciências da natureza. O segundo momento, durante a pandemia, investigou-se as principais ações desenvolvidas para o enfrentamento das dificuldades geradas, considerando a problematização do currículo de ciências da natureza. Os resultados indicam a importância da formação continuada dos professores de ciências da natureza das escolas do campo e do trabalho colaborativo com a universidade, pois apesar de identificar momentos mobilizadores relacionados com as ciências, que promoveram a construção de vínculos da escola com a comunidade, identificou-se a necessidade de maior diálogo com os professores sobre as propostas apresentadas.