A ESTIGMATIZAÇÃO E A DESINDIVIDUALIZAÇÃO PROVOCADAS PELO CÁRCERE: ANÁLISE JURÍDICA E PSICOSSOCIAL SOB A ÓTICA DE "O EXPERIMENTO DE APRISIONAMENTO DE STANFORD"

Fez-se necessário uma análise sobre os efeitos do cárcere na vida do aprisionado visando entender os desencadeamentos do processo penal. É imprescindível um “olhar” empático diante da situação posta com a prática delitiva a fim de extirpar qualquer pré-julgamento sobre a pena, aplicação da pena e o apenado, os quais são três fatores em diferentes perspectivas na prática e se mesclam na realidade do cotidiano. Necessário ainda uma contextualização com o foco no processo de estigmatização e a desindividualização do ser humano quando adentra no sistema penitenciário, por meio de uma perspectiva dos Direitos Humanos sob o prisma da criminologia crítica, tendo como referência a obra “O experimento de aprisionamento de Stanford”, um filme originado de um estudo psicossocial realizado em 1971, que se comprometeu em incitar questionamentos sobre o processo de coletivização de sujeitos no processo penal e os efeitos que o cárcere provoca no comportamento humano. Analisa-se o processo da desindividualização pelo prisma do experimento social, além de oportunizar a discussão até o sistema penitenciário. O estudo traz por uma abordagem jurídica e psicossocial reflexões a partir da promessa disseminada pelo discurso jurídico-penal em apresentar o sistema penal como garantidor da dignidade da pessoa humana. Todavia, sendo um discurso que apenas visa intensificar o tratamento repressivo, degradante e estigmatizante no cárcere brasileiro ao incitar o aprisionamento como prática ideal e de êxito contra qualquer delito.