Pensar as relações entre Língua, Literatura e Cultura no mundo atual e ao longo do tardio processo de modernização da América Latina é um desafio acadêmico que faz parte das urgências do contemporâneo. Entendemos a linguagem, em síntese, enquanto configuração de símbolos e signos verbais, não-verbais, discursivos, visuais e gestuais que buscam atribuir significado para a realidade experienciada pelas mais diversas sociedades. Acerca de uma definição mais plural possível de cultura, pode-se considerar, aqui de forma bastante rápida, evidentemente, enquanto herança ancestral de um povo; dispositivo de padronização dos comportamentos ou até mesmo formas humanas de pensar, sentir e acreditar. Nesse sentido, Linguagem, Literatura e Cultura são produtos da criatividade humana que podem ser melhor investigados a partir de diálogos inter ou multidisciplinares entre áreas como a Antropologia, Geografia Social, História, Pedagogia, Literatura e Linguística. Tal perspectiva proporciona a investigação de conexões, fronteiras e deslocamentos entre mundo social, pensamento e linguagem. Tais considerações apontam para o legado e desafios que a chamada “virada linguística”, a partir de meados do século XX, deixou para as Ciências Humanas. Reflexões sobre Linguagem – e por tangência, Cultura – e Literatura devem levar em conta também os debates sobre ética, cidadania, democracia, Direitos Humanos, educação e a construção de saberes críticos. Refletir sobre os limites da linguagem e da própria literatura é refletir sobre os limites do pensamento e de nossa própria realidade cultural. Assim sendo, convidamos os leitores para atravessar as veredas dessa ampla discussão trilhando os vários caminhos de pesquisa construídos pelos autores.